Em uma sociedade pós-pandemia, ainda são muitos os desafios.
A estagnação econômica do país, combinada com inflação e juros altos, torna a vida dos empresários mais difícil, já que o crédito e as dívidas ficaram mais caras e ainda influencia no crescimento da inadimplência e na perda do poder de compra do consumidor. Esse cenário vem sendo particularmente danoso, especialmente para o varejo, que apesar de ser um dos mercados mais resilientes do país, enfrenta uma “quebradeira” generalizada.
Os pedidos de recuperação judicial no segmento subiram 59,8%, para 195 janeiro e fevereiro de 2023, frente ao mesmo período de 2022, de acordo com o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian. O número é o maior dos últimos quatro anos e se iguala ao registrado em 2018.
Problemas envolvendo Lojas Americanas, Livraria Cultura, Marisa e Tok&Stok se tornaram retratos da crise. Este ano a Cervejaria Petrópolis e a varejista Amaro também se somaram ao escopo de empresas brasileiras que pediram socorro financeiro. E um levantamento da consultoria Alvarez & Marsal (A&M) mostra que ao menos 13 marcas referências no segmento de moda foram obrigadas a pedir proteção contra credores, com dívidas que ultrapassam os R$ 5 bilhões.
Mas, apesar da complexidade, cada companhia tem suas próprias estratégias nos bastidores e, portanto, esses casos não devem estimular análises generalizadas e conclusões precipitadas envolvendo risco sistêmico para o setor. Ao contrário. Nomes como Carrefour, Boticário, Cacau Show, Mercado Livre, Via, Magalu, Petz, Cobasi, Raia Drogasil, Pague Menos e outras grandes redes de varejo continuam expandindo, seja abrindo lojas ou crescendo em sua atuação nacional e multicanal.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o mercado representa 27,4% do PIB brasileiro. O varejo é o maior empregador privado no Brasil. São 8,6 milhões de pessoas envolvidas e 20% do emprego formal. Se considerarmos os níveis de informalidade conhecidos, esse percentual supera os 30% de participação.
Apesar do boom nas falências, o setor vem se fortalecendo com a transformação digital. A crescente integração da tecnologia aos negócios racionaliza as operações e exige mais transparência nos resultados.
Por isso, o papel das retail techs, ou na tradução literal “empresas de tecnologia para varejo” é cada vez mais demandante, afinal existe uma necessidade de enfrentamento do cenário macroeconômico, somado às mudanças céleres do mercado e das experiências de consumo, que precisa ser combatido preservando margens e garantindo sustentabilidade para o negócio.
E ainda há o desafio de sincronizar a agenda do “futuro” com a eficiência do presente, já que o desejo de qualquer varejista é introduzir tecnologias que sejam muito mais “must to have” do que “nice to have” (“tem que ter” do que “bom de ter”), até porque, especialmente neste momento, não há espaço para aplicações que não mexam genuinamente nos indicadores: sejam esses atrelados a redução de despesas ou ao aumento de receita, garantindo rentabilidade.
Neste sentido, a importância de criar avenidas de inovação dentro dos negócios, enquanto o core business segue preservado, é hiper relevante. Ter ainda apoio especializado na curadoria para implantação de retail techs que possam contribuir para a agenda de transformação e, claro, de eficiência do varejo, transcende a instabilidade do cenário e ainda encurta jornadas, mitiga riscos, preservando caixa, tempo e times envolvidos.
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